terça-feira, 6 de novembro de 2012


# EDUCAÇÃO INDÍGENA MATEMÁTICA
Uma síntese e sugestões de materiais sobre o tema

# Cultura Indígena
(Vídeo no Youtube)
O objetivo deste audiovisual é oferecer alguns segundos de reflexão sobre o valor e a beleza da cultura indígena brasileira. Utilizando cores, formas e expressões, procuramos transmitir, de forma poética, a essência das raízes do brasileiro.
Produzido entre 2001 e 2008 nas reservas indígenas Nambikwara e Parecis no estado do Mato Grosso - Brasil.

# Projeto Arte Indígena Matemática
(Vídeo na TV Paulo Freire - Paraná - 2007)
Excelente material pedagógico. Confira!
Para assistir ao vídeo, clique no link: Visualizar/ Abrir
Título: Arte indígena [Por dentro da escola]
Tipo do recurso: Vídeo
Objetivo: Conhecer o Projeto Arte Indígena Matemática, que usa o artesanato indígena para ensinar.
Descrição do recurso: Apresenta vídeo sobre o Projeto Arte Indígena Matemática. Esse projeto foi criado na Escola Rural Estadual Rio das Cobras, na Terra Indígena Rio das Cobras em Nova Laranjeiras - PR. Como a escola se localiza em uma terra indígena, os professores tiveram a ideia de usar o artesanato para ensinar matemática. O uso do artesanato para o ensino traz a realidade dos alunos para a sala de aula, aumenta o interesse, facilita o aprendizado, valoriza o artesanato e mantém viva a tradição indígena. Depois do sucesso do projeto com a colaboração da comunidade na matemática, ele foi estendido a outras disciplinas: ciências, história, geografia e artes.
Data de publicação: 2007
Detentor do direito autoral: Secretaria de Estado da Educação do Paraná
Licença: É permitido: copiar, distribuir, exibir, traduzir e executar as obras e ainda criar obras derivadas. Sob as seguintes condições: deve-se dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante; é proibido utilizar esta obra com finalidades comerciais; para cada novo uso ou distribuição, devem-se deixar claras as licenças de uso desta obra.
Submetido por: Universidade de Brasília (UnB)

Esse projeto foi criado na Escola Rural Estadual Rio das Cobras, na Terra Indígena Rio das Cobras em Nova Laranjeiras - PR. Como a escola se localiza em uma terra indígena, os professores tiveram a ideia de usar o artesanato para ensinar matemática. O uso do artesanato para o ensino traz a realidade dos alunos para a sala de aula, aumenta o interesse, facilita o aprendizado, valoriza o artesanato e mantém viva a tradição indígena.

Depois do sucesso do projeto com a colaboração da comunidade na matemática, ele foi estendido a outras disciplinas: ciências, história, geografia e arte.

Temas e conteúdos trabalhados
Matemática: Planificar a composição dos desenhos do artesanato; Identificar simetrias, tipos de retas e polígonos; Destacar tipos de retas: paralelas, concorrentes e/ou perpendiculares; Identificar as figuras que compõe o artesanato. Por exemplo: quadrado, triângulo, retângulo etc.
Arte: Cores, harmonia, traços, pintura.
Educação Física: Coordenação motora.
Ciências: Como é feito o cultivo da taquara? Como é feito o tingimento?
História: Aspectos culturais e históricos da comunidade.
Geografia: Como eles vieram parar no Paraná? Onde estão os outros remanescentes?
Pais/Comunidade: Importância do resgate cultural. Com a participação dos pais, o índice de faltas dos alunos caiu quase a zero. O interesse, o envolvimento, a participação dos alunos nas aulas aumentou de forma significativa.

# Sugestão de Aula de Matemática para Comunidade Indígena
(Portal do Professor/MEC)

O que o aluno poderá aprender com esta aula
- Identificar elementos geométricos utilizados na arte indígena.
- Aplicar conceitos de planificação, textura e cor a partir da arte indígena.
- Explorar conceitos de área, perímetro, ângulos, simetrias, entre outros.
- Aplicar conceitos de retas: paralelas, concorrentes e/ou perpendiculares.
- Aplicar conceitos de polígonos: triângulos, quadriláteros etc.

Estratégias e recursos da aula
Para começar essa aula, o professor pode solicitar aos alunos que tragam diferentes artesanatos indígenas como: balaios, cestas de diversos tamanhos, chocalhos, arco e flechas, chapéus, entre outros. Se não for possível, o professor pode buscar em diferentes meios (recortes, revistas, web...), imagens que configurem os artesanatos.

Exemplo de Atividade – Observação (manuseio) dos artesanatos
Organizar os alunos em grupos. Distribuir para cada grupo um número de artesanatos. O professor pode solicitar à turma que observe ou manuseie os diferentes artesanatos. Destacando que cada um possui características próprias, não se repetindo em trabalhos seguintes. Ao analisar cada artesanato, os alunos devem destacar o que observam. Nesse momento o professor pode fazer considerações apontando elementos de uso da Matemática, da Arte, da Educação Física, da História, entre outras, etc., nas linhas, nos traços, nas figuras geométricas formadas, na coordenação motora fina, nos detalhes minuciosamente traçados para formar as figuras e os desenhos. Após a conversa, o grupo deve escolher um dos artesanatos para destacar elementos geométricos presentes.

Por exemplo:
a) Destacar tipos de retas: paralelas, concorrentes e/ou perpendiculares.
b) Identificar as figuras que compõe o artesanato. Por exemplo: quadrado, triângulo, retângulo etc.
c) Planificar a composição dos desenhos do artesanato. A criação de padrões, formas e cores repetidas regularmente é algo frequente no artesanato indígena. Fazer esse exercício planificando no papel o que visualizam no artesanato.

Observação
Na planificação o professor pode aproveitar para explorar conceitos de área, perímetro, ângulos, simetrias e outros conceitos que achar conveniente. Cabe destacar que cada desenho é construído sem qualquer modelo ou imagem, mas construído a partir dos conhecimentos adquiridos a partir da observação na natureza. A confecção do artesanato é geralmente executada pelas mulheres indígenas, sempre cercadas por seus filhos, que aprendem pela visualização, passando os conhecimentos de geração em geração. As combinações de cores utilizadas nas composições são igualmente desenvolvidas sem nenhum conhecimento formal. Solicitar ao professor de Arte que contribua nessa atividade.

# EDUCAÇÃO INDÍGENA
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, no Artigo 78, estabelece “ … o desenvolvimento de programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas, com os objetivos de: proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas, a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; e garantir aos índios, suas comunidades e povos o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não indígenas.”
Até o fim da década de 1980, no Brasil, a formação escolar, para as crianças e jovens egressos das comunidades indígenas, esteve subordinada à perspectiva de integração ao processo de formação - político e cultural -, de um Estado Nacional, que tem numa língua única, no caso o português, uma componente cultural central. As distintas tradições escolares que chegaram aos povos indígenas, na história do contato entre as populações nativas e os europeus e seus descendentes, desde as iniciativas dos pioneiros jesuítas, seguidos mais tarde por missionários de outras confissões religiosas, assim como no âmbito do Estado, pelo antigo Serviço de Proteção ao Índio - SPI e, depois, pelas escolas da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, estiveram profundamente vinculadas ao integracionismo. Tais experiências escolares eram dirigidas por educadores não índios e seus currículos, processos pedagógicos, calendários etc. não deveriam se distinguir do paradigma da escola comum a que, em tese, tem acesso qualquer brasileiro. A partir da LDB de 1996, o caráter da educação indígena foi mudado, visando estimular uma educação intercultural. Para isso, foi criado o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (RCNEI) que apresenta ideias básicas e sugestões de trabalho para o conjunto das áreas do conhecimento e para cada ciclo escolar das escolas indígenas inseridas no Ensino Fundamental.

# PERFIL DO PROFESSOR - EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA
Fonte: Resolução SE-70 de 26-10-2010 (Perfil do Professor, Diretor e Supervisor)
O professor atuante na modalidade de Educação Escolar Indígena deve ter como princípio fortalecimento de sua cultura; deverá desenvolver as competências referenciadas em conhecimentos, valores, habilidades e atitudes, na elaboração, no desenvolvimento e na avaliação de currículos e programas próprios, na produção de material didático e na utilização de metodologias adequadas de ensino e pesquisa.
Competências do professor de Educação Escolar Indígena
1. Demonstrar conhecimento de sua cultura e de sua língua materna.
2. Conhecer as várias tendências na abordagem teórica de acordo com a sua cultura.
3. Desenvolver um potencial pesquisador de vários assuntos de interesse escolar e comunitário.
4. Ser capaz de produzir e selecionar material didático em vista do trabalho pedagógico.
5. Interagir com a sua comunidade, com a equipe escolar como um todo, favorecendo a gestão e compreensão das características específicas das escolas indígenas.
6. Utilizar-se das diversas contribuições culturais para facilitar aos alunos sua compreensão e inserção no mundo.
Habilidades do professor de Educação Indígena
1. Registrar a memória, sabedorias e conhecimentos próprios da sua comunidade.
2. Produzir materiais didáticos adequados para o desenvolvimento do trabalho pedagógico.
3. Transmitir conhecimentos e tecnologias referentes a demais etnias e sociedade envolvente.
4. Transformar as experiências e vivências da sua comunidade em prática de ensino e relacioná-las com as demais áreas de conhecimento da educação escolar indígena.
5. Conhecer os indicadores que definam a evolução do aluno em relação ao domínio dos conteúdos curriculares e elaborar registros adequados.

Confira as fotos do III Encontro de Formação de Professores Indígenas na minha página do Facebook: Vanderley Cornatione.

Parabéns à Equipe da SEE/SP (NINC, CAESP e CGEB) e a todos os professores indígenas que participaram deste encontro em Serra Negra/SP - Outubro/2012.

Um comentário:

  1. eu so queria saber a matematica na arte indigena nao o projeto por favoooooooooooooor

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